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terça-feira, 28 de setembro de 2010

O PAPEL DA FAMILIA NA SOCIEDADE


Entre todos os grupos humanos, a família e a escola desempenham papel primordial na transmissão de cultura. A família é a responsável pelo desenvolvimento psíquico e social do indivíduo.
É na família que prevalece a primeira educação, contendo os instintos e facilitando aquisição da língua materna.
É importante que nós educadores percebamos que a família só virá a contribuir no processo ensino – aprendizagem.
Soifer, Psicanalista Argentina, define família como:

“Estrutura social básica com um entrejogo diferenciado de papéis integrados por pessoas que convivem por tempo prolongado em uma inter – relação recíproca com a cultura e a sociedade, dentro do qual vai – se desenvolvendo a criatura humana, premida pela necessidade de limitar situação narcisista e transformar – se em adulto capaz, podemos postular que a defesa da vida é seu objetivo primordial”.(1983, p.23)

A família é o primeiro espelho e mundo para criatura humana. Ela prepara os membros para a sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade na vida social do futuro cidadão.


É a família que através de um ambiente estável e amoroso fornece ensinamentos de respeito à disciplina e a autoridade, permite e estimula a expressão das emoções dos filhos, encorajando – os em seus empreendimentos, reconhece e valoriza as capacidades e potencialidades dos filhos. Troca com os filhos suas experiências, emoções e sentimentos em defesa da vida. Algumas famílias orientam mais para o conformismo do que para autonomia.

A família tem, desse modo, funções específicas: Ensino e Aprendizagem.
A tarefa dos pais é de ensino e a dos filhos de aprendizagem.
É necessário alguém para transmitir o ensino a outro, isto compete primeiramente aos pais.

Desde o início da vida da criança, os pais a ensina: a respirar, a dormir e a alimentar – se, bem como, o amor, o afeto e o respeito.
A criança nasce sem noções de limites e espaço. No início, o relacionamento é feito com a mãe e depois com o pai. Mas o primeiro contato social acontece com os irmãos e através dele noções de limites, partilha e a disputa de território. Em seguida, a mesma situação é vivenciada com os colegas na escola.

Mas, os filhos nem sempre são capazes de entender que tudo isso representa bem que os seus pais lhe desejam. Se as atitudes em família estiverem alicerçadas no amor genuíno, os filhos acabam reconhecendo e retribuindo.

Mesmo as diferenças e conflitos inevitáveis podem ser superados mais facilmente dentro de um lar amoroso. As intrigas podem estar revestidas desse amor. Se o amor anda em baixa, será um dos indicadores de que a criança poderá ter problemas tanto de aprendizado, quanto de comportamento e esta deficiência pode transformar-se num fardo doloroso a ser carregado pelo resto da vida.

Em algumas famílias, os pais passaram a viver em função dos filhos, porém não demonstram preocupação em lhes transmitir um modelo de educação.
Muitas crianças tiveram uma educação sem regras e não aprenderam a estabelecer limites de convivência fora do lar.

O filho que confia nos pais pode contar com eles. Esta confiança o filho vai adquirindo conforme percebe as atitudes positivas dos pais.
A aprendizagem do ser humano ocorre a partir de todas as relações vivenciadas no contato com a família.
Toda essa aprendizagem é um suporte que a família fornece para que a escola aprimore o que os pais ensinaram.

A família tem a função de ensinar as noções de limites, ou seja, o princípio da realidade que o ajuda na contenção dos impulsos destrutivos.
Quando a criança brinca, ela testa seus conhecimentos, pois, através dos gestos ela trabalha todo o corpo, ela aprende e desenvolve habilidades para a vida futura. É através dessa linguagem lúdica que as aprendizagens se efetuam.

Na família as crianças recebem as primeiras lições de lisura, honestidade, generosidade, coerência, respeito, disciplina e amor ao próximo.
Há outras instancias educacionais. A escola também é uma instancia muito importante, mas a família é a principal.

As bases da aprendizagem escolar são alicerçadas no lar.
A partir da entrada no Ensino Fundamental, os filhos começam a trazer ensinamentos obtidos na escola que transmitem aos pais. Tal situação começa a se ampliar no Ensino Médio.
Na visão de Soifer, durante os primeiros anos de vida o ensino cabe totalmente aos pais, ao passo que corresponde a criança a função de aprender.

Escola e família são parceiras no projeto educacional, pois, não há como a escola assumir esse papel. Tanto os pais como a escola são necessários para a afirmação das crianças. A escola deve partir dos ensinamentos da família.
Os pais depositam confiança na escola para que esta continue os seus ensinamentos, caso contrário, não obterá os resultados desejados. Nesse sentido, a participação dos pais na escola significa o voto de confiança que estes lhe fornece.

Esse intercâmbio entre a família e a escola é de suma importância para o sucesso do individuo.
A escola não pode mudar cada família, mas deve conhecê – la para considerá – la como ponto de partida para sua ação pedagógica.
Na atualidade, por confusão ou excesso de trabalho os pais estão delegando responsabilidade à escola.

Por terem dado a vida aos filhos, os pais contraem o dever de educar sua prole. Os pais são os primeiros e principais educadores dos filhos.
A família é o contexto de socialização da criança. Os pais devem transformar esta família num espaço de amor. É o amor que os filhos recebem que os fazem desenvolver suas potencialidades.

A criança amada e contida pelos pais, pois quem é contido e amado poderá no futuro amar, conter e colocar – se no lugar do outro, o que possibilita – lhe a organização e permite - lhe assumir o valor da cultura ao qual está inserido.
Não são todas as famílias que conseguem desempenhar suas tarefas; os pais na maioria das vezes sentem – se impotentes em ajudar seus filhos.

Além de debilitar a família, o enfraquecimento do tecido social compromete o desenvolvimento harmonioso da personalidade. Além disso, o amor é ingrediente fundamental também para o desenvolvimento de uma personalidade equilibrada.
A autoridade dos pais deve ser progressiva de acordo com a idade dos filhos, e nunca sem limites. A autoridade é fundamental, mas precisa estar alicerçada no amor e no diálogo.

Mesmo porque, nas gerações passadas, o diálogo era muitas vezes suprimido em nome de uma autoridade que se temia perder. Hoje sabemos que o diálogo é respeito, consideração e fator de amadurecimento tanto para os pais, como para os filhos, visto que é compreendendo os outros que nós mesmos nos descobrimos.

O segundo passo para o diálogo é o de parar e pensar sobre como acontecem as coisas.
Conscientizar-se do que está ocorrendo no momento presente com o filho e partir do diálogo transparente, franco, é a essência da boa convivência entre pais e filhos e, conseqüentemente, de uma boa educação.
Através do diálogo, a criança percebe que é aceita, independente dos atos praticados, ao mesmo tempo em que sente sua individualidade respeitada.

A possessividade, a superproteção, o ciúme e o autoritarismo constituem manifestações inadequadas do amor paterno e materno.
Os pais precisam tomar atitudes e impor limites, forçando-o a se responsabilizar por suas atitudes.
Os pais ficam meio perdidos sobre o tipo de educação que devem dar a seus filhos e acabam esquecendo regras fundamentais para o convívio em um meio social.

Porém, é na família que a criança faz sua primeira experiência social e onde os alicerces de sua personalidade se estruturam. Nela, a criança aprende, desde o berço, o que é amor e desamor, coragem e medo, harmonia, violência e rebeldia, atitudes exercitadas com irmãos que com ela competem pelo amor dos pais, pelo primeiro lugar, pelo poder.

A forma como os pais conduzem os filhos determinará como estes introjetarão os sentimentos naturais que surgem através do convívio familiar, e que os levarão a se posicionar positiva ou negativamente diante dos desafios da vida.
A vida é impulsionada por estímulos positivos.

A família é a primeira fonte de preparação para a vida, e se o relacionamento global estiver distorcido, deve ser socorrido, para que estes reencontrem o caminho da convivência social equilibrada.
É na família que o indivíduo encontra o suporte fundamental para o bom desempenho pessoal, social, escolar e profissional.

Se a mente infantil receber ideologias boas, quando sai em busca de conhecimento, não há dúvida de que um dia este individuo desabrochará positivamente junto à sociedade.

Referencia Bibliográfica
SOIFER, R. Psicodinamismos da criança com a família. Petrópolis: Vozes, 1983.

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